O diretor-presidente do Departamento de Água e Esgoto de Várzea Grande (DAE/VG), Zilmar Dias, afirmou nesta terça-feira (04.11) que o município enfrenta um verdadeiro “deserto” de 45 a 50 anos de problemas no abastecimento de água. Segundo ele, o cenário deve começar a mudar nos próximos dois anos, com a execução de obras estruturais e novos investimentos.
“Para quem está há 45, 50 anos nesse deserto, um ou dois anos eu acho que é tolerável. O cenário daqui a dois anos deve ser diferente”, declarou durante visita à Câmara Municipal.
Zilmar classificou a falta d’água como uma “herança maldita” e defendeu que o enfrentamento do problema exige tempo e planejamento. “Nós não vivemos de museu, mas precisamos conhecer o passado para compreender o presente e construir o futuro. A falta d’água é a herança que nós herdamos”, afirmou.
Entre as medidas em andamento, o gestor destacou a construção de cinco novos reservatórios, com capacidade entre 2 milhões e 2,5 milhões de litros, além de projetos em parceria com os Governos do Estado e Federal, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), paralisado desde 2013. Os investimentos somam cerca de R$ 20 milhões, segundo o DAE.
Zilmar também criticou o uso de caminhões-pipa como solução emergencial. “Nós temos paliativo, que é o caminhão-pipa, que nem deveria existir. É um paliativo muito precário. Eu sou contra isso aí”, afirmou.
Apesar da crítica, o DAE mantém 19 caminhões-pipa em operação, com a missão de mapear e atender as regiões que ficaram sem água nos últimos dias.
O diretor destacou que o órgão enfrenta ainda problemas de rede, relevo e intermitência no abastecimento, mas garantiu que diversos projetos administrativos, operacionais e estruturais estão em andamento.
“Não é possível resolver da noite para o dia um problema que se arrasta há décadas, mas estamos trabalhando para mitigar e resolver, pelo menos em parte, esses desafios”, completou Zilmar.
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